Auto Biografia
Nasci em Lisboa em Outubro de 1962.
Sempre gostei de escrever e foi no Liceu Padre António Vieira que me fascinei pela Língua Portuguesa, por força de uma professora dessa disciplina que, com o seu entusiasmo pela escrita e pelos autores, me cativou.
A música sempre foi “uma parte de mim” desde que me conheço.
Aos oito anos tive a minha primeira viola que o meu pai me comprou na feira da ladra e aos nove anos o meu avô Silvino ofereceu-me uma viola que ainda é a minha.
Poema a Vila Cova
Sempre que te vejo, Vila velha,
Por entre o arvoredo e o caminho
De curvas, onde o Alva, fresco, espelha
O sol que o outono traz mansinho
Sempre que te vejo, Vila minha
Nas tuas cores, em todos os matizes
Do casario, dos milharais, da vinha,
Da terra... onde estão minhas raízes
Sempre que te vejo, Vila Cova
Parece que me encontro... e sei quem sou
De tão velha que és, pareces nova
Vila Cova... do Alva que passou
Gota de Água
Se uma gota de água, aborrecida,
Já farta da imensa multidão,
Toma uma decisão e, decidida,
Inventa uma nova direcção,
Ninguém vai perceber porque, de facto,
As gotas não se vêem, tantas são.
Ninguém vai perceber, nem pelo tacto,
Qual é a gota do meu coração.
Se uma gota, que vai na corrente,
Cheia de sonhos, cheia de esperar,
Salta das outras, assim, de repente,
E trilha um novo rumo pelo mar,
Ninguém vai perceber, nem se dar conta,
Que uma gota é tão diferente.
Que uma gota só parece tonta
No meio de tantas gotas de gente.
Se uma gota de água, pequenina,
Cansada do buliço da maré,
Se acha com a pobre triste sina
De quem se sente alguém... mas nunca é,
Ninguém vai perceber, ninguém se importa.
O mar é um mar de gotas sem vontade.
E ninguém vai saber que o mar transporta
A gota de água doce da saudade.
Esquinas da Vida
Em cada esquina da vida
Há uma interrogação
E não se sabe a medida
Da sua resolução
Em cada esquina da vida
Tudo pára, tudo avança
Ora em passo de corrida
Ora em passinhos de dança
Em cada esquina da vida
Há um mistério no escuro
A sina que não foi lida
Uma aposta no futuro
Em cada esquina da vida
Há uma esperança renovada
Uma quimera perdida
Uma mão cheia de nada
Em cada esquina da vida
Há sempre algo a resolver
E cada um que decida
O caminho a percorrer